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Efeitos Adversos

   A cannabis pode originar efeitos adversos agudos (a curto prazo) e crónicos (a longo prazo). Existem estudos que demonstram a existência de diferenças nos efeitos consoante o género, havendo maior prevalência de tonturas e alterações hemodinâmicas nas mulheres, parecendo também existir uma influência hormonal (Fattore, L. et al, 2014).

Efeitos Adversos Agudos

   Diminuição da coordenação e da força muscular, letargia, sonolência/sedação, hipotensão ortostática, taquicardia, incapacidade de concentração, diminuição da atividade psicomotora e da perceção, fala arrastada e diminuição do tempo de reação são alguns dos principais efeitos agudos característicos. Os consumidores podem ocasionalmente experienciar reações de desconfiança, disforia, medo e pânico, assim como episódios psicóticos passageiros. Há também casos de taquicardia ventricular fatal reportados, sendo mais comum em indivíduos com patologia cardiovascular pré-existente.

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   Em crianças pequenas, a sua ingestão aguda é potencialmente fatal. Nestas é comum ocorrer taquicardia e, menos frequentemente, apneia, cianose, bradicardia, hipotonia e opistótono (Goldfrank, L. et al, 2011).

Efeitos Adversos Crónicos

   O consumo crónico é entendido como o consumo quase diário durante um determinado número de anos. Estes efeitos ainda se encontram totalmente esclarecidos (Hall, W. et al, 2009).

Tendo em conta que a via inalatória é a mais utilizada, é natural que o sistema respiratório possa ser dos mais afetados a longo prazo. O seu consumo aumenta o risco de bronquite crónica, enfisema, inflamação respiratória crónica, comprometendo a função respiratória (Hall, W. et al, 2009). A comunidade científica tem discutido a relação entre fumar cannabis e o aparecimento de cancro do pulmão. Este efeito parece não estar diretamente relacionado com os compostos presentes no cannabis, mas sim com os produtos gerados pela combustão da planta quando fumada (Sachs, J. et al, 2015).

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Referências:

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  • Fattore, L., & Fratta, W. (2010). How important are sex differences in cannabinoid action?. British journal of pharmacology, 160(3), 544-548.

  • Goldfrank, L., Hoffman & R., Lewin, N. (2011). Toxicologic emergencies. 9th ed. New York, N.Y.: McGraw-Hill Medical, p.1180.

  • Hall, W., & Degenhardt, L. (2009). Adverse health effects of non-medical cannabis use. The Lancet, 374(9698), 1383-1391.

  • Repp, K., & Raich, A. (2014). Marijuana and health: a comprehensive review of 20 years of research. Washington County Oregon: Department of Health and Human Services.

  • Sachs, J., McGlade, E., & Yurgelun-Todd, D. (2015). Safety and toxicology of cannabinoids. Neurotherapeutics, 12(4), 735-746.

[10]-https://pt.wikipedia.org/wiki/Pulm%C3%A3o_humano (consultado a 24/04/2017)

[11]-http://colorireaprender.com/desenho-cerebro-para-colorir (consultado a 24/04/2017)

[12]- https://www.roche.nl/about-roche/onderzoeksgebieden/ (consutado a 24/04/2017)

[13]- http://brasilescola.uol.com.br/biologia/sistema-reprodutor-feminino.htm (consultado a 24/04/2017)

[14]- http://blogprofluana.blogspot.pt/2014/08/exercicios-sistema-reprodutor-humano-2.html (consultado a 24/04/2017)

[11]

No que toca à saúde mental, há evidências de que pode causar depressão, ansiedade, estados de psicose e esquizofrenia, principalmente em indivíduos com predisposição genética, e um estado amotivacional (apatia, falta de energia, insucesso) (Sachs, J. et al, 2015). Especificamente a nível cognitivo, estudos indicam que adolescentes que iniciaram o consumo antes dos 15 anos demonstraram défices persistentes em parâmetros como a atenção visual, a fluência verbal e a memória a curto prazo (Repp, K. et al, 2014).

[12]

A nível cardiovascular podem verificar-se problemas graves, como enfarte do miocárdio, em indivíduos com condições cardiovasculares pré-existentes (Goldfrank, L. et al, 2011).

[13]

[14]

No que toca ao sistema reprodutor, parece ocorrer uma redução da fertilidade em consumidores crónicos, devido a oligospermia, menstruação anormal e diminuição da ovulação (Goldfrank, L. et al, 2011).

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