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Tempos de deteção

    A deteção de canabinóides pode ser feita utilizando amostras de saliva, urina, sangue, entre outros. Para além de depender do tipo de amostra e do tipo de metodologia usada, a deteção depende também da quantidade de cannabis consumida (Skopp, G. et al, 2008).

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  O THC é o analito quantificado na saliva, e que evidencia um consumo recente, enquanto na urina é detetado o metabolito inativo 11-nor-Δ9-THC ácido carboxílico (THCCOOH), que pode ser devido tanto a um consumo recente como a uma acumulação devido a um consumo prolongado. O período em que o THCCOOH aparece na urina é determinado por uma série de fatores farmacológicos e fisiológicos que incluem a potência da cannabis (conteúdo em THC), a dose consumida, o tempo decorrido entre o consumo e a análise e características metabólicas e renais do próprio indivíduo, podendo ser detetado na urina durante 1-3 dias, no caso de consumidores ocasionais, e durante meses no caso de consumidores crónicos. Comparando com a deteção na saliva, a percentagem de amostras positivas para a urina é inferior durante as primeiras 6h, tornando-se superior 16h após o consumo (Niedbala, R. S., et al, 2001).

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   Já no que toca à deteção no sangue, enquanto as concentrações plasmáticas do THC descem abaixo de 1 ng/mL às 6h e deixam de ser detetáveis às 24h por GC-MS, independentemente da dose, as concentrações de THC na saliva descem até a um plateau na ordem dos ng/mL durante um período de 4-16 horas, começando este a diminuir até níveis não detetáveis após 24-72h. O tempo de deteção aparenta, então, ser maior quando a amostra se trata de saliva (Niedbala, R. S., et al, 2001).

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   Também o cabelo é muitas vezes usado nas nas análises forenses para a deteção de drogas. Neste caso, a deteção do THC pode ser feita até 90 dias após o último consumo. Isto pode ter grande importância na toxicologia forense, uma vez que permite a deteção num período mais alargado onde noutro tipo de amostras já não seria possível (Niedbala, R. S., et al, 2001).

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  Tendo estes dados em conta, a saliva parece ser a amostra mais adequada para a deteção principalmente quando se quer determinar se houve um consumo recente, por exemplo em caso de acidente de viação (Niedbala, R. S., et al, 2001).

Referências:

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  • Niedbala, R. S., Kardos, K. W., Fritch, D. F., Kardos, S., Fries, T., Waga, J., Robb, J. & Cone, E. J. (2001). Detection of marijuana use by oral fluid and urine analysis following single-dose administration of smoked and oral marijuana. Journal of Analytical Toxicology, 25(5), 289-303.

  • Skopp, G., & Pötsch, L. (2008). Cannabinoid concentrations in spot serum samples 24–48 hours after discontinuation of cannabis smoking. Journal of analytical toxicology, 32(2), 160-164.

  [22] - http://www.narcocheck.com/en/urine-drug-tests/thc-predosage-test.html (consultado a 12/05/2017)

  [23] - http://www.orasure.com/products-substance/products-substance-abuse-intercept-i2he.asp

Figura 18: Teste de deteção na urina.[22]

Figura 19: Teste de deteção na saliva.[23]

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