top of page

Uso Medicinal

   Ao longo dos últimos anos tem-se verificado um crescente interesse no uso de cannabis, já que, através da elucidação do sistema endocanabinóide humano, cada vez melhor se entende o seu efeito sobre a fisiologia normal e sobre algumas doenças. Países como os Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Austrália já aprovaram a utilização medicinal de cannabis. 

 

  Várias são as patologias para as quais já se propôs a utilização de canabinóides, entre elas, ansiedade, asma, esquizofrenia, depressão. Os efeitos psicotrópicos são os principais entraves à sua utilização a nível medicinal (Grotenhermen, F. et al, 2012).

​

   O uso de análogos sintéticos do THC - dronabinol e nabilona - foi aprovado no tratamento de glaucoma, dor crónica, náuseas e vómitos, associados à quimioterapia e resistentes aos antieméticos utilizados convencionalmente, e para a estimulação do apetite em indivíduos com anorexia ou caquexia secundárias à infeção por HIV. Existem também evidências da eficácia analgésica associada aos canabinóides, o que potencia o seu uso no tratamento de artrite reumatoide e fibromialgia (Grotenhermen, F., et al, 2012).

Referências:

 

  • Abrams, D. I., & Guzman, M. (2015). Cannabis in cancer care. Clinical Pharmacology & Therapeutics, 97(6), 575-586.

  • Grotenhermen, F., & Müller-Vahl, K. (2012). The therapeutic potential of cannabis and cannabinoids. Dtsch Arztebl Int, 109(29-30), 495-501. 

  • O'Connell, B. K., Gloss, D., & Devinsk, O. (2017). Cannabinoids in treatment-resistant epilepsy: A review. Epilepsy & Behavior.

  • Sachs, J., McGlade, E., & Yurgelun-Todd, D. (2015). Safety and toxicology of cannabinoids. Neurotherapeutics, 12(4), 735-746.

[24] - http://insustentavelbelezadosseres.blogspot.pt/2010/12/entre-o-vomito-e-diarreia-qual-o-mais.html (consultado a 29/04/2017)

[25] - http://cmatos.blogspot.pt/ (consultado a 29/04/2017)

[26] - http://www.blogdasaude.com.br/saude-fisica/2013/06/27/10-sinais-de-alerta-para-sua-visao/ (consultado a 29/04/2017)

  Existe alguma controvérsia quanto à ação anti ou pró-convulsivante do cannabis. Pensa-se que esta ação contraditória esteja relacionada com a complexidade de compostos presentes na própria planta e com o modo de administração que afeta a biodisponibilidade e a neuroatividade dos mesmos. Assim, muitos estudos têm surgido no sentido de perceber a utilidade, ou não, do cannábis como terapia da epilepsia resistente ao tratamento (O'Connell, B., et al, 2017).

   Os canabinóides têm sido associados a efeitos benéficos a nível do sistema cardiovascular, nomeadamente proteção contra a progressão da aterosclerose, isquemia cardíaca e hipertensão.No entanto este mesmo sistema é também alvo de efeitos indesejáveis (ver Efeitos Adversos).

 

   Pequenos ensaios clínicos demonstraram efeitos positivos de preparações de cannabis no síndrome de Tourette e discinesia na doença de Parkinson (Grotenhermen, F. et al, 2012). Existem também evidências de que poderá ser útil na terapia contra o cancro, tendo-se demonstrado em culturas celulares e em modelos animais que o THC e outros canabinóides podem inibir o crescimento de alguns tumores, como o adenocarcinoma do pulmão e o neuroblastoma,  através da modulação de vias de sinalização que levam à paragem do crescimento e à morte celular, assim como através da inibição da angiogénese (formação de novos vasos sanguíneos a partir dos já existentes) e metástases (Abrams, D. I., et al, 2015).

​

   A literatura sobre a utilização de cannabis na esclerose múltipla tem sido a mais promissora. Ensaios controlados demonstraram que o cannabis fumado reduz a dor neuropática, melhora o apetite e alivia a espasticidade em pacientes com esclerose múltipla (Sachs, J., et al, 2015).

​

   Apesar da evidência do potencial terapêutico em várias patologias, o receio dos potenciais efeitos adversos é real.

[24]

[25]

[26]

bottom of page