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  Os efeitos dos canabinóides são mediados através da sua atividade agonista ou antagonista sobre os recetores canabinóides endógenos, CB1 e CB2, acoplados à proteína G. Ambos inibem a adenilciclase e possuem capacidade de modular os canais iónicos (Figura 14) (Goldfrank, L. et al, 2011).

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  O THC tem elevada afinidade para os recetores canabinóides do tipo 1 (CB1), estando estes em maior densidade nos neurónios terminais do gânglio basal (atividade motora), no cerebelo (coordenação), no hipocampo (memória a curto prazo), no neocórtex (função executora), no hipotálamo (apetite) e no córtex límbico (sedação) (Sachs, J., et al, 2015). Assim, a ativação de recetores CB1 produz efeitos psíquicos, o que não ocorre no caso dos recetores canabinóides do tipo 2 (CB2) (Grotenhermen, F., 2003).

Figura 14: Representação esquemática dos recetores canabinóides endógenos (Goldfrank et al, 2011)

  Têm uma localização pré-sinática e a sua ativação inibe a libertação de acetilcolina, L-glutamato, ácido gama-aminobutírico (GABA), noradrenalina, dopamina e serotonina, o que pode estar na origem dos efeitos do THC. 

 

   Os CB2 encontram-se principalmente nas células imunitárias e nos tecidos. Acredita-se que estes estão envolvidos na regulação da resposta imunitária e reações inflamatórias, relacionando-se com o efeito supressor dos canabinóides (Sachs, J., et al, 2015).

 

   O THC tem uma afinidade aproximadamente equivalente para os dois recetores, porém a eficácia parece ser maior nos recetores CB1. Como agonista parcial, o THC tanto pode comportar-se como agonista como antagonista dos recetores CB2. Em contraste com o THC, o CBD tem baixa afinidade tanto para os recetores do tipo 1 como para os do tipo 2 (Grotenhermen, F., 2003).

Figura 15: Distribuição dos recetores do sistema endocanabinóide.[19]

Farmacodinâmica

Referências:

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  • Grotenhermen, F. (2003). Pharmacokinetics and pharmacodynamics of cannabinoids. Clinical pharmacokinetics, 42(4), 327-360.

  • Goldfrank, L., Hoffman & R., Lewin, N. (2011). Toxicologic emergencies. 9th ed. New York, N.Y.: McGraw-Hill Medical, p.1177.

  • Sachs, J., McGlade, E., & Yurgelun-Todd, D. (2015). Safety and toxicology of cannabinoids. Neurotherapeutics, 12(4), 735-746.

[19] - https://cbdoil.life/blogs/news/graphic-about-cb1-and-cb2-receptors-in-the-body-and-brain (consultado a 29/04/2017)

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